CPPs, enquanto a vigilância armada não é efetivada “de fato” pela SAP, o crime comemora: Cadeia dos “ninjas do PCC” é conhecida como “Biqueira do Bilhão”
Não é de hoje que o Sindespe vem alertando da situação dos Centros de Progressão Penitenciária (CPPs) , que são como uma terra sem lei para o crime organizado, as diversas ocorrências de tentativas de arremessos de drogas e celulares, drones e demais intentos do crime organizado contra o estado, praticamente se concentram nos CPPs, pois as unidades de regime fechado (CDPs e Penitenciárias) já tem uma vigilância estruturada, preparada para inibir qualquer ato ilícito que ocorra na área de segurança externa destes presídios. Falta criar nas unidades de regime semiaberto os Centros de Escolta e Vigilância Penitenciária, onde o efetivo adequado de Agentes de Escolta e Vigilância Penitenciária poderá atuar. Atualmente o que existe é um “quebra galho” realizado pelos AEVPs lotados em unidades de regime fechado prestando serviço de vigilância em alguns CPPs, sem o efetivo adequado, sem equipamentos e sem estrutura física.
Abaixo vemos mais uma matéria que demonstra como o crime organizado age nestes CPPs:
São Paulo – Com faturamento milionário por causa do tráfico de drogas dentro da prisão, integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) passaram a chamar o Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha, o Pemano, no interior de São Paulo, de “Biqueira do Bilhão”.
O relato é do delegado André Luiz Matera Costilhas, em depoimento à justiça, obtido pelo Metrópoles. O policial participou da investigação sobre os “ninjas do PCC”, grupo responsável por levar, ilegalmente, drogas, celulares e até armas para dentro da cadeia, em Tremembé, controlada pela maior facção criminosa paulista.
A unidade prisional é formada por 16 pavilhões, todos sob comando de lideranças da facção, de acordo com o delegado. Para a Operação Ninjas, deflagrada em maio de 2021, o policial participou de flagrantes e monitorou escutas telefônicas por 15 dias.
“O Pemano é muito importante para o PCC, sendo denominado ‘Biqueira do Bilhão’, ante o vasto tráfico de drogas que ocorre no local”, afirmou Costilhas à Justiça.
Ninjas do PCC
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou 15 integrantes do PCC envolvidos no esquema no dia 26 de janeiro. Os valores do tráfico no Pemano eram tratados em ligações e chamadas de vídeo efetuadas de dentro da cadeia.
Uma das transcrições do processo mostra a seguinte negociação: “Interlocutor pergunta qual valor da carga. Malboro diz R$ 140 mil, que a nota é R$ 280 mil. Interlocutor diz que vai ligar para o chefe, que o chefe compra tudo”.
A atuação dos “ninjas do PCC” foi a alternativa que o grupo encontrou para manter o tráfico vivo na unidade após um agente penitenciário, acusado de facilitar a entrada de droga via Sedex, ser preso em fevereiro de 2021.
Entre os condenados, estão duas mulheres responsáveis pela contabilidade da facção. As penas impostas pelo TJSP variam de 10 a mais de 62 anos de prisão.
As investigações que resultaram na Operação Ninjas também tiveram a participação da Polícia Militar, do Ministério Público (MPSP) e da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP). Durante a ações, foram apreendidos mais de 70 quilos de droga e 130 celulares.
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária afirmou que “não há tráfico de drogas no Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de Tremembé” e que a Operação Ninjas teve como objetivo “desarticular uma organização criminosa que arremessava materiais ilícitos para dentro” do presídio.
“As investigações tiveram início ainda em fevereiro daquele ano (2021), logo após a prisão de um agente penitenciário flagrado tentando facilitar a entrada de droga na unidade prisional”, afirma a SAP.
Fonte: https://www.metropoles.com/sao-paulo/cadeia-dos-ninjas-do-pcc-e-conhecida-como-biqueira-do-bilhao